sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

ESTREIAS DA SEMANA INCLUEM NOVO FILME DE COPPOLA E O NOVO HOBBIT DE PETER JACKSON


Exibido em outubro do ano passado no Festival do Rio, e mais de dois anos depois de sua estreia nos Estados Unidos, finalmente chega aos cinemas brasileiros o mais novo filme de Francis Ford Coppola. O diretor norte-americano, mais conhecido pela trilogia de “O Poderoso Chefão” e o épico “Apocalypse Now”, amargou alguns fracassos retumbantes em sua carreira, como roteirista (The Great Gatsby) , e como diretor do filme “One From the Heart”, que quase levou à falência de sua produtora, a American Zoetrope, em 1982. Acostumado a grandes produções, (Apocalypse Now foi outra grande produção que só não o levou à falência devido ao grande sucesso que obteve nas bilheterias), desta vez Coppola volta às telas com uma produção bem mais modesta. “Twixt”, que foi produzido, escrito e dirigido por Coppola, teve um orçamento ínfimo para os padrões hollywoodianos: apenas 7 milhões de dólares, e traz no elenco um Val Kilmer ligeiramente acima do peso, vivendo um escritor de romances de bruxaria (Hall Baltimore) em crise criativa, que perambula por cidades do interior dos EUA promovendo seu novo romance, até que ele chega à pequena de Swann Valley e, humilhamente, promove um dia de autógrafos em uma loja de ferragens para uma população nem um pouco interessada em seu trabalho. Apenas o velho xerife da cidade, Bob LaGrange (Bruce Dern) parece conhecê-lo, e adquire um exemplar de seu livro. LaGrange conta-lhe uma história sobre doze crianças que foram assassinadas na cidade, e lhe propõe uma parceria para a escrita de um romance sobre o caso. Com um certo desdém, Baltimore recusa a proposta do entusiasmado xerife, mas a história lhe chama a atenção, principalmente depois que ele descobre que o grande escritor Edgar Allan Poe se hospedou em um motel abandonado na cidade, tempos atrás. A partir daí, o filme mistura sonho e realidade, com Baltimore se encontrando com uma das supostas vítimas do massacre, a jovem Virginia (Elle Fanning – a irmã caçula de Dakota Fanning) para, em seguida, receber conselhos do próprio Poe (Ben Chaplin), que lhe dá dicas de como finalizar o romance sobre as doze crianças mortas.
Hall Baltimore (Val Kilmer) e Virginia (Elle Fanning), em Twixt, de Coppola
O filme está enquadrado na categoria de suspense/terror, mas de terror tem pouco, ou quase nada. Está mais para um conto gótico moderno, digno de uma nota de rodapé sobre os poemas de Baudelaire. O visual tem um toque do chamado “efeito Sin City”, em que a imagem está em preto e branco e apenas uma ou duas cores se sobressaem. Além disso, Coppola filmou parte do filme em 3D (na opinião deste, um filme todo em 3D é cansativo). Uma das curiosidades da produção é que quase todo o filme foi rodado em uma propriedade agrícola do próprio Coppola, usando principalmente sua adega e sua biblioteca pessoais como cenário.
Twixt é uma produção que não irá agradar a todos, e nem é uma das grandes produções de Coppola, mas vale a pena ser visto, principalmente pelos diálogos deliciosos entre Poe e Baltimore, pela ironia com o tempo (Swann Valley possui uma torre com sete relógios que nunca estão em sincronia, portanto, não dá pra saber direito que horas são na cidade) e por ser a obra de um dos maiores cineastas em atividade.

Outras estreias interessantes
A continuação da segunda das trilogias baseadas nos romances de J. R. R. Tolkien, comandada pelo competente diretor norte-americano Peter Jackson é outra ótima opção para quem gosta dos filmes sobre a Terra Média. Trata-se do segundo filme sobre o hobbit Bilbo Bolseiro (Martin Freeman), "O Hobbit - A desolação de Smaug", que narra a continuação da jornada de Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage) que, ajudado por Bilbo e mais doze fiéis anões, na tentativa de retomar o reino dos anões de Erebor. Thorin e seu grupo de anões precisam ludibriar o esperto, e aterrorizante, dragão Smaug (que finalmente mostra todo o seu esplendor nos últimos 40 minutos do filme), para tentar recuperar a pedra Arkenstone, por ser esta a joia mais valiosa do reino, que daria a Thorin o direito de se tornar novamente o rei.
Smaug, o dragão do título, protege o seu tesouro
Como nos filmes anteriores, “A desolação de Smaug” foi quase todo rodado na Nova Zelândia, com exceção das cenas de Ian Holm, que faz o personagem já velho de Bilbo, Bolseiro, e de Christopher Lee, o Saruman da trama que, por motivos de saúde filmaram suas cenas em um estúdio em Londres. Mesmo que você não tenha gostado muito da primeira parte da trilogia do Hobbit (assim como eu), vale a pena assistir essa continuação. Mais uma vez, os efeitos especiais são uma atração à parte, com cenas de ação capazes de tirar o fôlego e nos deixar grudados na poltrona, esperando pela próxima cena que aparecerá na tela grande, principalmente as cenas de Smaug. Diferentemente da primeira parte, você vai ficar ansioso para assistir o terceiro filme da série, que está previsto para ser lançado em dezembro de 2014.

Outras estreias menos badaladas, mas que merecem ser vistas são “A música nunca parou” e “Filha de ninguém”.  “A música nunca parou” é o primeiro longa dirigido por Jim Kohlberg e mostra a luta de um pai, Henry Sawyer (J.K. Simmons), para se conectar com seu filho Gabriel (Lou Taylor Pucci), que  possui um tumor no cérebro que o impede de produzir novas memórias. Será através da música que os dois irão superar a distância emocional que os separa e acabam encontrando uma forma de se relacionarem. O filme foi baseado em uma história real que, por sua vez, foi baseado no ensaio "The Last Hippie" sobre o livro "An Anthropologist on Mars", de Oliver Sacks.
“Filha de ninguém”, do sul-coreano Sang-soo Hong, é uma história que retrata os dilemas existenciais de uma jovem estudante de cinema na Coréia do Sul, Haewon (Jeong Eun-Chae), que se sente ainda mais deslocada quando sua mãe (Kim Ja-ok) anuncia que está se mudando para o Canadá, e piora quando ela descobre que seus colegas estão falando mal dela por esta ter tido um relacionamento com um professor casado (Lee Sun-kyun). O filme estreou em 2011 no Festival de Sundance e este ano foi selecionado para a mostra Panorama do Cinema Mundial do Festival do Rio.

*Guto Rodriguess é ator, roteirista e cineasta, formado em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes do Paraná e Pós-graduado em Cinema pela Universidade Tuiuti do Paraná.

Quem foi Edgar Allan Poe?
Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, 19 de Janeiro de 1809 - Baltimore, 7 de Outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário americano, fez parte do movimento romântico americano. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos, sendo considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido a tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difícil.
As obras mais conhecidas de Poe são Góticas, um gênero que ele seguiu para satisfazer o gosto do público. Seus temas mais recorrentes lidam com questões da morte, incluindo sinais físicos dela, os efeitos da decomposição, interesses por tapocrifação (enterro prematuro, enterro vivo e funeral vivo), a reanimação dos mortos e o luto. Muitas das suas obras são geralmente consideradas partes do gênero do romantismo negro, uma reação literária ao transcendentalismo, do qual Poe fortemente não gostava.
Edgar Allan Poe
Além do horror, Poe também escreveu sátiras, contos de humor e hoaxes (embustes, farsas). Para efeito cômico, ele usou a ironia e a extravagância do ridículo, muitas vezes na tentativa de liberar o leitor da conformidade cultural. De fato, "Metzengerstein", a primeira história que Poe publicou, e sua primeira incursão em terror, foi originalmente concebida como uma paródia satirizando o gênero popular. Poe também reinventou a ficção científica, respondendo na sua escrita às tecnologias emergentes como balões de ar quente em "The Balloon-Hoax".
Poe escreveu muito de seu trabalho usando temas especificamente oferecidos para os gostos do mercado em massa. Para esse fim, sua ficção incluiu muitas vezes elementos da popular pseudociência, como frenologia e fisiognomia.

(Texto integralmente extraído da Wikipédia na internet, no seguinte endereço eletrônico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Edgar_Allan_Poe).

Nenhum comentário:

Postar um comentário