terça-feira, 25 de setembro de 2012

FORMATANDO O SEU ROTEIRO - VOZ OFF E VOZ OVER


Voz off e Voz over
Há duas formas de você indicar no seu diálogo que o autor da fala está ausente da cena. A primeira é a “voz off”, que geralmente vem entre parênteses ao lado do nome do personagem com a indicação (OFF). Esta indicação é usada quando sabemos quem é o personagem que fala, mas ele não aparece na cena. Pode ser uma narração ou uma cena cujo personagem está do lado de fora de um ambiente e ouvimos somente a sua voz.
A outra forma é a “voz over”, e da mesma maneira que a voz off, vem indicado entre parênteses ao lado do nome do personagem (V.O.). Esse tipo de indicação é usado quando, além de não vermos o personagem, não sabemos quem está falando. É mais comumente usado em narrações da chamada “voz de Deus”, que é um narrador onipresente e onisciente que acompanha toda a história, mas que não é um dos personagens ativos da trama.
Você pode encontrar outras variações para o uso da voz off e da voz over, assim como para outros termos técnicos comumente usados na escrita do roteiro. No entanto, tenha em mente que o objetivo desses termos é para simplificar e dar clareza às suas ideias ao contar a sua história. Desde que não haja contradição, você pode usar variantes dessa linguagem. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

FORMATANDO SEU ROTEIRO - RUBRICA


Rubrica
Logo abaixo do nome do personagem, que deve estar todo em maiúsculo e centralizado na página, você tem a opção de fazer alguma indicação para o ator. É o que nós chamamos de “rubrica”. É uma descrição breve e clara de uma ação que ajude o ator a entender qual é a intenção daquele diálogo, e deve estar entre parênteses, a cerca de quatro centímetros da margem esquerda. Mas atenção, assim como outros recursos usados para contar sua história, não abuse das rubricas. Use-as apenas quando for extremamente necessário. Assim como você não deve dirigir o filme enquanto escreve o roteiro, deixe a parte criativa da interpretação a cargo dos atores. Se a ação ficar clara no diálogo, não há necessidade de reforçá-la na rubrica. Qualquer ator inteligente vai perceber isso. Veja um exemplo.
AMADEU
(Sarcástico)
Momentos felizes. Que momentos felizes, Elísia? Desde que casamos só temos tido decepção atrás de decepção.

FORMATANDO SEU ROTEIRO - DIÁLOGO


Diálogo
Podemos dizer que o diálogo é a parte mais importante do roteiro. É através dele que ficaremos sabendo o que pensa cada um dos personagens da nossa história. Em conseqüência, é também uma das partes mais difíceis que você encontrará ao escrever o seu roteiro. Para se ter uma ideia, na indústria cinematográfica norte-americana, principalmente na produção de séries, há profissionais especializados apenas em escrever diálogos.
Se você é um roteirista de primeira viagem, seus primeiros diálogos parecerão esdrúxulos nas suas primeiras tentativas de se expressar através de um personagem fictício. E não tem jeito, só a prática te fará escrever diálogos convincentes. No entanto, podemos ajudar com algumas dicas.
Primeiro, jamais escreva de forma empolada, formal demais, pois, mesmo que seu personagem seja um intelectual, ele com certeza não falará o tempo todo empregando uma verborragia intelectualizada. Isto, além de soar falso, é extremamente chato de se ouvir. É claro que para toda regra há exceções, e em se tratando de comédia, tudo é possível.
Segundo, a forma como o personagem fala reflete sua condição econômica e social. Um personagem semi-analfabeto, que mora na periferia de uma grande cidade, terá um linguajar característico totalmente diferente do de um jovem de classe média, bem educado, morador de um bairro de classe média alta, por exemplo.
O poder de convencimento de um diálogo vem da forma como você consegue imprimir personalidade e individualidade aos diálogos de cada um dos seus personagens.
Aqui, evite passar informações óbvias ou em duplicidade. Se você está mostrando algo, não há necessidade de expressar verbalmente a mesma coisa. Lembre-se que o filme é uma obra mais visual do que auditiva. Se não fosse assim, o cinema mudo não teria existido. Portanto, sempre que for possível, mostre ao invés de fazer o seu personagem falar. E faça com que ele fale somente o necessário. Não há nada mais chato em um roteiro do que um personagem que fala sem sentido, apenas para preencher espaço.

FORMATANDO SEU ROTEIRO - POV


POV
Existem ainda outros recursos que você pode usar para descrever as ações no seu roteiro. No entanto, mais uma vez, cabe aqui a advertência de só usá-los se isso for realmente necessário para o entendimento daquilo que você está querendo dizer. Um deles é o ponto de vista, também conhecido como câmera subjetiva.
Quando você quer descrever o ponto de vista de um personagem, ou seja, aquele momento em que a câmera assume o lugar do personagem para, efetivamente, entrar na história. Nesse tipo de ação, os outros personagens relacionam-se diretamente com a câmera, olhando diretamente para sua lente e tratando-a como um dos personagens da ação. Isso é importante, por exemplo, quando você quer descrever o ponto de vista de um personagem misterioso vindo para cima de um segundo personagem. No roteiro, você usa as letras POV[1] em maiúsculo, e em seguida, informa de quem é o ponto de vista.
POV de PEDRO olhando o movimento de carros e pedestres lá embaixo, na rua.


[1] Sigla em inglês para Point Of View, ou, ponto de vista.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

FORMATANDO SEU ROTEIRO - INSERT

Insert
Como mostrado anteriormente, o insert é uma imagem rápida que, sobreposta à ação corrente, nos informa de algo importante para a história. Pode ser um evento que está acontecendo paralelamente à ação corrente, ou pode vir do passado, como lembrança (flash-back), ou do futuro (flash-forward), como antecipação de um acontecimento, como no caso de filmes como Premonição (Final Destination, 2000). No entanto, é preciso enfatizar que o insert só é usado para ações muito breves. Se precisarmos descrever uma ação cujo desenrolar é um pouco extenso, mas acontece no passado da ação atual, por exemplo, devemos abrir um novo cabeçalho de cena e descrever a mesma como se ela se passasse no presente, indicando apenas, no início da descrição das ações, que se trata de um flash-back.
Após um insert, sempre voltamos para a ação que se desenrolava antes dele. Se a ação passa para outro ambiente após a imagem do insert, então esta ação não mais será um insert, mas uma nova cena, e será preciso um novo cabeçalho de cena para descrevê-la.